Condenados à marginalidade, não é de hoje que os habitantes dos morros vêm organizando um poder paralelo, unindo-se pelo meio mais fácil e também mais ao alcance de suas mãos: o tráfico de drogas; acreditam poder mudar suas vidas, renascendo das cinzas provenientes do esquecimento, do descaso do governo e do restante dos cidadãos. É certo que não se pode generalizar, sabe-se de alguns projetos sociais realizados em morros, mas ocorre também que a maioria da população que convive com a dura realidade dos morros não vê outra saída a não ser aliar-se ao crime.
É praticamente um vulcão em erupção o que assistimos hoje, e a lava desse vulcão está causando apenas seus primeiros e superficiais estragos. Hoje em dia, o tráfico de drogas é um negócio que envolve muita grana... e todos sabem que onde há grana, há sempre pessoas atraídas em obter mais e mais, seja qual for a mina de ouro que hão de explorar.
Por que as autoridades não conseguem controlar os ataques? Por que os presidiários (mesmo com alguns presídios super modernos) ainda conseguem comandar DE DENTRO DOS PRESÍDIOS, o tráfico? Por que a segurança pública não assegura nada aos cidadãos, por que o governo não decide por aceitar a ajuda do exército?
Há por trás de tudo isso um jogo de interesses enorme... seria o mesmo que perguntar: Por que muitos políticos (a maioria) ganham tanto e nada fazem? Por que o dinheiro suado de muitos brasileiros vão parar em cuecas ou malas e nunca punem-se os (ir)responsáveis? Por que somos obrigados a acreditar em mentiras e discursos vazios de candidatos à presidência sendo que sabemos que, logo após a posse, eles apenas virarão as costas ao povo brasileiro e desfrutarão das regalias presidenciais, por que há muito pouco veneno no mundo que seja capaz de liquidar com os ratos da ninharia política...???
Se compararmos as situações, não dá para saber quem é mais ou menos injusto. Se aquele que rouba descaradamente os cofres públicos ou se aquele que ateia fogo aos ônibus para demonstrar que não está satisfeito com a ridícula situação em que nos encontramos. Eclodir o caos urbano foi a maneira que estes legionários encontraram para fazerem-se notar e demonstrar que não estão e nem ficarão calados, falarão à sua maneira... e eu ainda fico me perguntando o que os bons podem bradar diante dessa situação, onde pouca coisa surpreende e por vezes não sabemos mais o que é ou não realidade.
Não me lembro onde li uma frase propícia que diz: “Uma nação sem livros é um perigo” e isto é mais do que correto e é a evidência do que vemos hoje. Não menciono ‘livros’ aqui apenas como uma forma de erudição, mas em todos os sentidos que a palavra possa compreender: lazer, divertimento, instrução, lições de moral, bons e maus exemplos que têm por finalidade instigar o senso crítico do leitor, enfim, ampliar os horizontes de quem julga ser incapaz de contribuir com algo positivo para melhorar a realidade ao seu redor e o principal: relembrar ao ser humano que ele possui valores que devem ser adotados, mantidos, renovados, mas nunca perdidos, como infelizmente estamos assistindo acontecer no Brasil de hoje.
Acredito que ainda há salvação se cada um fizer a sua parte e se todos fizerem parte do mesmo ideal justo e democrático de restabelecer os princípios e as virtudes humanas.
Na ascensão da minoria,
o poder é o alvo da ganância,
enquanto o povo tripudia
assistindo à injusta governança.
Até que um dia a crise abala,
os nervos de aço dos cidadãos,
que vêem seu dinheiro em cuecas, malas,
é a (i)nação bancando o mensalão.
A famosa 'pizza' já não agrada,
nem aos do morro ou da prisão,
a sociedade então se depara
com os legionários da indign(a)(n)ação
Tendo a vingança como filosofia,
instalam o medo, a decrença
no poder dos poucos que, em covardia,
escondem-se atestando sua incompetência.
E é preciso realmente, gritar por todos os orifícios...
Post que vem atender ao convite da Mari, partindo da idéia da Laura as quais agradeço o convite.
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