05 agosto 2010

Justiça. Ela existe?

Há os que afirmam que sim. Eu ainda luto para me convencer de que isso é verdade.

É difícil confiar nas pessoas, não é mesmo? Sobretudo porque o risco de nos decepcionarmos é muito maior do que a chance de considerarmos alguém como uma pessoa de confiança. Ainda mais quando outros valores norteiam essa relação. Mas onde fica o valor ético?

O Direito é fundamentado por inúmeros Princípios. Mas de que adianta um sem número de regras para pessoas que são tomadas pela ganância? Elas têm noção do constrangimento, do mal-estar, da decepção e da revolta que causam ao agirem movidas pela soberba ou acham que é uma atitude normal e rotineira?

Particularmente gosto muito da área jurídica, afinal de contas, no papel, tudo parece muito justo. Já na prática, infelizmente, o ideal fica longe de ser alcançado.

Há muitos meses estive esperando para escrever sobre a Ética, tendo em vista uma obra extremamente relevante que conheci através de minha iniciação acadêmica no mundo do Direito, talvez então, esta seja a hora adequada.

Refiro-me à obra "Ética Geral e Profissional", de José Renato Nalini, da qual compartilho apenas algumas breves considerações a respeito, mas que recomendo para ser livro de cabeceira de todas as pessoas, principalmente daquelas que estão extremamente subnutridas de valores éticos e morais:


Depois de milhares de anos de existência sobre a Terra, continua a criatura humana a defrontar-se com os mesmos problemas comportamentais que sempre a afligiram: o egoísmo, o desrespeito, a insensibilidade, o preconceito e a inadmissível prática da violência.

De pouco vale o conhecimento técnico sem o compromisso do crescimento ético. A cultura, divorciada da moral, pouco ou nada poderá fazer para tornar mais digno o gênero humano.

"Viver honestamente, não prejudicar a ninguém e dar a cada um o que é seu - fórmula clássica do patrimônio jurídico elaborada pelos romanos".

Para finalizar, como diz o autor, remetendo à Jung Mo Sung e Josué Cândido da Silva: "Nós nos humanizamos, quando humanizamos o mundo", e eu posso garantir que é essa a busca incessante que me norteia.


Que a fenda nos olhos sirva apenas para o alcance da imparcialidade e não para deturpar valores e corromper a alma.

Vânia C. L. Sousa