21 maio 2006

Lya Luft

Dei uma geral no meu pc neste final de semana e encontrei mensagens preciosas, uma das que compartilho com vocês é a que segue. A todos um ótimo começo de semana.

Quase tudo mudou, mas a essência permanece a mesma: a nossa essência.
Vertiginosamente no século passado a sociedade mudou, a família mudou. Transformou-se a cultura, evoluíram tecnologia e ciências, tudo avança em uma velocidade inimaginável, há 50 anos.
Porém as emoções humanas não mudaram.
Nem ao menos somos originais. Nossos desejos básicos hão de ser os mesmos: segurança, afeto, liberdade, parceria; sentir-me integrado na sociedade ou na família, ser importante para meu grupo ou ao menos para uma pessoa – aquela que é o meu amor. Não preciso ser um rei para ser importante, mas devo me sentir apreciado.
Isso me determinará tanto quanto o primeiro olhar que incidiu sobre mim. Devo considerar capaz e merecedor, sem megalomania, sem alienação. Dentro do que está aí para que eu o escolha, o modifique, o faça meu.
Não tem a ver com dinheiro, posição social, nem com soberba, mas com o modo como somos avaliados – por nós e pelos que amamos. Minhas ações e desistências nascem desse conceito primeiro.
Não importa se sou operário, doméstica, motorista, camponês ou alto executivo, atriz vitoriosa ou obscura balconista: gosto de mim na medida em que acredito na minha dignidade, quero me expandir conforme meu valor. E também segundo o quanto acho que vale a pena esse salto, esse crescimento, essa entrega. Depende de minha confiança.
Isso tudo não se instalou em nós através de palavras ensaiadas para ocasiões especiais ou crises. Estrutura-se subliminarmente no convívio diário, paira no ambiente, brilha na pele (...).
(...) Se achar que não valho nada, serei nada. Deixarei que outros falem, decidam, vivam por mim. Porém, se acreditar que apesar dos naturais limites e do medo todo eu mereço uma dose de coisas positivas, vou lutar por isso.
Vou até permitir que os outros me amem.

Trecho do livro Perdas e Ganhos, de Lya Luft.

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