09 outubro 2008

Manhã...

"Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços, a tua pele será talvez demasiado bela
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela, sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade."

José Luis Peixoto

Nenhum comentário: