
30 novembro 2010
Linguagem...

05 agosto 2010
Justiça. Ela existe?
É difícil confiar nas pessoas, não é mesmo? Sobretudo porque o risco de nos decepcionarmos é muito maior do que a chance de considerarmos alguém como uma pessoa de confiança. Ainda mais quando outros valores norteiam essa relação. Mas onde fica o valor ético?
O Direito é fundamentado por inúmeros Princípios. Mas de que adianta um sem número de regras para pessoas que são tomadas pela ganância? Elas têm noção do constrangimento, do mal-estar, da decepção e da revolta que causam ao agirem movidas pela soberba ou acham que é uma atitude normal e rotineira?
Particularmente gosto muito da área jurídica, afinal de contas, no papel, tudo parece muito justo. Já na prática, infelizmente, o ideal fica longe de ser alcançado.
Há muitos meses estive esperando para escrever sobre a Ética, tendo em vista uma obra extremamente relevante que conheci através de minha iniciação acadêmica no mundo do Direito, talvez então, esta seja a hora adequada.
Refiro-me à obra "Ética Geral e Profissional", de José Renato Nalini, da qual compartilho apenas algumas breves considerações a respeito, mas que recomendo para ser livro de cabeceira de todas as pessoas, principalmente daquelas que estão extremamente subnutridas de valores éticos e morais:
Depois de milhares de anos de existência sobre a Terra, continua a criatura humana a defrontar-se com os mesmos problemas comportamentais que sempre a afligiram: o egoísmo, o desrespeito, a insensibilidade, o preconceito e a inadmissível prática da violência.
De pouco vale o conhecimento técnico sem o compromisso do crescimento ético. A cultura, divorciada da moral, pouco ou nada poderá fazer para tornar mais digno o gênero humano.
"Viver honestamente, não prejudicar a ninguém e dar a cada um o que é seu - fórmula clássica do patrimônio jurídico elaborada pelos romanos".
Para finalizar, como diz o autor, remetendo à Jung Mo Sung e Josué Cândido da Silva: "Nós nos humanizamos, quando humanizamos o mundo", e eu posso garantir que é essa a busca incessante que me norteia.

18 junho 2010
Para sempre, Saramago...
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até os ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste.
"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia".
Sobretudo hoje, portanto, que descanse em paz!!!
"Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória".
24 maio 2010
Sono...
Hóspedes apenas
Frágeis cerâmicas,
como supomos.
só nós passamos.
porque nos vamos.
chamada vida.
pelo seu dono.
o resto é sono.
24 março 2010
27 fevereiro 2010
13 fevereiro 2010
Substância...

Da vida só têm substância
a casca e o caroço.
No meio só tem amido,
embromações do carbono.
Porém todo o gosto reside
nessa carne intermediária,
sem valor alimentício,
sem realidade, sem nada.
É nela que os dentes encontram
o que os mantém afiados;
com ela é que a língua elabora
a doce palavra.
26 janeiro 2010
Colo...

Quero colo e quero coisas. Quero colo primeiro. Quero colo no fim. Colo pelo meio. O meio do colo no meio do colo. E preciso de te perguntar se sabes do pequeno monstro que estás prestes a criar?!... Se sabes o quão insuportável as vontades podem ser?!... Se sabes quantos maus hábitos vêm com os melhores vícios?!... Se sabes que a cada mimo teu me instigas à desmesura das fomes e dos quereres?! Perguntar-te se é isso que queres: juntar-te à tribo dos que não fogem diante dos caprichos que atacam a flor da pele... ser um fora-da-lei como eu, ser fora-da-lei comigo... E depois já não quero perguntar-te, já não quero saber se sabes!... Melhor que não saibas e não me respondas!... Que o teu colo seja só esse lugar ao alto, esse lugar onde te trepo "como quem chega ao cume do mundo", esse abismo ao topo para onde uma qualquer vertigem me puxa!... Sim, melhor assim! Para que te chegue como uma coisa pequena: simples e feliz. E então, sim: não te resisto...não me resisto... Dá-me colo e dá-me mais. Dá-me beijos e dá-me mortes. Dá-me pelo chão um tapete acima dos telhados de Bagdad. Quero colo e quero coisas. Quero o teu colo e quero coisas (todas as coisas!) contigo."
A Loira