28 novembro 2006

Volvendo...


Eita correria boa de final de ano, apesar de estar de férias da faculdade, haja trabalho para ocupar meu tempo, mas não posso deixar de passar por aqui, sinto falta quando não posto, apesar de não estar escrevendo, mas logo estarei 'totalmente' de férias... rs... e aí sim quero dedicar-me mais à minha arte.
Comecei algo, há algumas semanas, transformou-se nisto que posto para vocês hoje... espero que gostem.

Sede literária - Vânia Sousa

A sede do meu ser não cessa,
anda desidratada da saliva dos poetas:
líquido escorrido que em vermelho expressa
o sangue pulsante da veia poética.

Esfomeada arte, não satisfeita,
desnutrida pela reles rima que é feita,
quer o talho da carne dilacerada
expondo o corpóreo sentido na palavra.

Subvertendo entre linhas desconexas
tateando carícias em páginas entreabertas
ouvem-se súplicas à quintessência do poeta.

Essência-seiva que deveras alimenta
jorra em minha’lma que de ti anda sedenta
devolve-me à era da literária cadência...

Despeço-me com gosto de quero mais e de uma breve ausência. Beijo a todos!

16 novembro 2006

Desejo...


Nalgum lugar – Zeca Baleiro

Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos, nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a primavera abre
tocando sutilmente, misteriosamente a sua primeira rosa.

Ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente, de repente
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;
nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua intensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

Não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas...

Restinho de semana, que a sexta-feira chegue logo!!! E a todos, lindos dias!

12 novembro 2006

Posterior...


"Todos devem deixar algo para trás quando morrem: um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapatos. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, desde que transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos passam por ela.
A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro está no toque. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira".

Trecho do livro Fahrenheit 451

A todos, uma excelente semana!!!

07 novembro 2006

Divagações...

Final de semana, reencontro dos amigos, papo-cabeça e algumas reflexões intrigantes. Gosto muito de ouvir as divagações de meus amigos, mas na hora só consigo ouvir. As palavras entram em mim, reverberam-me o corpo todo, parece um remédio que você toma e tem de esperar o efeito, depois de algum tempo elas voltam e formula-se então minha opinião. O que mais intrigou-me foi uma questão: "Qual o sentido da vida?", ao que minha amiga afirma que a vida não tem nenhum sentido.
Eu concordo. Sentido lógico a vida não tem mesmo: a gente nasce e ninguém sabe como, cresce aprendendo a viver e morre também sem saber para onde vamos ou o que será de nós, não gosto de pensar que simplesmente deixaremos de existir, mas também é complicado pensar que voltaremos como alguma florzinha, um animalzinho, uma pedra ou até mesmo alguma outra pessoa. Nem sei o que prefiro pensar, mas tem gente que ignora, não é? Nem pensa sobre isso. Mas a morte é um fato inerente à vida, todos passaremos por isso (ou estagnaremos aí), não temo o que virá, é apenas uma curiosidade.
Mas, quanto ao sentido da vida, se ele existe ou não, para mim não faz diferença, a vida é o que temos, sabemos o que nos dá prazer e acho que buscar o que nos faz bem pode ser tido como uma meta, mesmo que ao final, nada disso tenha um sentido prático ou lógico, no entanto, teremos sido felizes, terá sido bom, e é isso o que importa.

01 novembro 2006

Gato pra puxar pelo rabo...

Vem - Vanessa da Mata

Vem
Que eu sei que você tem vontade
que eu sei que você tem saudade de mim
antes que haja enfermidade
que eu não me recupere

Mas
Se decidir fazer surpresa
deixei as chaves embaixo do xaxim
comprei os doces que devora
acho que agora não vai resistir

Um espelho pra sua vaidade
dossel, pena de ganso,
é quase um romance
desligue nossos celulares
três dias pra um começo, vem...

Vem
Que eu sei que você tem vontade
eu sei que você tem saudade de mim
antes que haja enfermidade
que eu me desespere...

A todos um ótimo feriadão!!!