Quero colo e quero coisas. Quero colo primeiro. Quero colo no fim. Colo pelo meio. O meio do colo no meio do colo. E preciso de te perguntar se sabes do pequeno monstro que estás prestes a criar?!... Se sabes o quão insuportável as vontades podem ser?!... Se sabes quantos maus hábitos vêm com os melhores vícios?!... Se sabes que a cada mimo teu me instigas à desmesura das fomes e dos quereres?! Perguntar-te se é isso que queres: juntar-te à tribo dos que não fogem diante dos caprichos que atacam a flor da pele... ser um fora-da-lei como eu, ser fora-da-lei comigo... E depois já não quero perguntar-te, já não quero saber se sabes!... Melhor que não saibas e não me respondas!... Que o teu colo seja só esse lugar ao alto, esse lugar onde te trepo "como quem chega ao cume do mundo", esse abismo ao topo para onde uma qualquer vertigem me puxa!... Sim, melhor assim! Para que te chegue como uma coisa pequena: simples e feliz. E então, sim: não te resisto...não me resisto... Dá-me colo e dá-me mais. Dá-me beijos e dá-me mortes. Dá-me pelo chão um tapete acima dos telhados de Bagdad. Quero colo e quero coisas. Quero o teu colo e quero coisas (todas as coisas!) contigo."
A Loira
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