30 agosto 2006

Resposta à altura...

Enfim, algo digno de ser publicado sobre a Amazônia. Antes que apareçam críticas dizendo que não se deve acreditar em tudo que recebemos por e-mail, gostaria de deixar claro que mesmo esta mensagem sendo uma especulação, serve como resposta digna a qual todos os brasileiros deveriam ter, na ponta da língua. Compartilhem e saboreiem o poder do raciocínio a favor da humanidade!!!
Uma amiga me mandou esse texto, adorei e compartilho com vocês.

ESSA CALOU OS NORTE AMERICANOS - SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Essa merece ser lida, afinal não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo nos americanos!

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de
todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança
do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. "Só nossa"!.

Dizem que esta matéria não foi publicada, por razões óbvias.


Obrigada Aline, pelo carinho de sempre, por compartilhar o e-mail e por ser minha grande amiga e irmã. Te adoro muito e você sabe disso!!!

28 agosto 2006

Amenizar...

A semana começa 'injuriada' com mais um escândalo no nosso Brasil brasileiro, não adianta afirmar que iria vender o horário eleitoral e nem que tinha comprado o partido, o que ainda falta para haver justiça nesse país?
Diante de tanta sacanagem, quero aqui amenizar um pouco o clima embalada na poesia. Apreciem...

Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito

É rede a tua língua
em sua teia
é vício as palavras
com que falas

A trégua
a entrega
o disfarce

E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes

Desperta-me de noite
com o teu corpo
tiras-me do sono
onde resvalo

E eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vai descobrindo vales.

Maria Teresa Horta

25 agosto 2006

Poetando...

Indeterminado - Vânia Sousa

Anseio tempo
para deter o vento
irromper agora
teu pensamento.

Deitar ao lado
corpo crispado
ao querer sucumbir
é o destino fadado.

Tocar a pele
roçar de leve
os lábios doces
que aos meus os cede.

E num rompante
vejo com a aurora
o calado esvair
do acabou-se breve...

23 agosto 2006

Indignação...

Aproveitando o embalo da indignação, compartilho com vocês o conteúdo de um e-mail que recebi e me deixou pasma. Acompanhem.
Observem abaixo a página de um livro de geografia adotado nos EUA e leiam as críticas aos brasileiros.



A HORRORIZANTE TRADUÇÃO DO TEXTO QUE ESTÁ AO LADO DO MAPA

Uma introdução à Geografia.

Em uma seção ao norte da América do Sul, uma extensão de terra com mais de 3.000 milhas quadradas.


3.5-5 - A PRIMEIRA RESERVA INTERNACIONAL DA FLORESTA AMAZÔNICA

Desde meados dos anos 80 a mais importante floresta do mundo passou a ser responsabilidade dos Estados Unidos e das Nações Unidas. É chamada PRINFA (A PRIMEIRA RESERVA INTERNACIONAL DA FLORESTA AMAZÔNICA), e sua fundação se deu pelo fato de a Amazônia estar localizada na América do Sul, uma das regiões mais pobres do mundo e cercada por países irresponsáveis, cruéis e autoritários. Fazia parte de oito países diferentes e estranhos, os quais, em sua maioria, são reinos da violência, do tráfego de drogas, da ignorância, e de um povo sem inteligência e primitivo. A criação da PRINFA foi apoiada por todas as nações do G-23 e foi realmente uma missão especial para nosso país (EUA) e um presente para o mundo todo visto que a posse destas terras tão valiosas nas mãos de povos e países tão primitivos condenariam os pulmões do mundo ao desaparecimento e à total destruição em poucos anos.

Texto à direita da borboleta:

Podemos considerar que esta área tem a maior biodiversidade do planeta, com uma grande quantidade de espécimes de todos os tipos de animais e vegetais. O valor desta área é incalculável, mas o planeta pode estar certo de que os Estados Unidos não permitirão que estes países Latino Americanos explorem e destruam esta verdadeira propriedade de toda a humanidade. PRINFA é como um parque internacional, com severas regras para exploração.

Para ficar indignado!

No dia 24/5/06 o jornal "Estadão” publicou sem destaque nenhum, em três minúsculas linhas, a denúncia gravíssima de uma brasileira residente nos EUA.
Os livros de geografia de lá, estão mostrando o mapa do Brasil amputado, sem o Amazonas e o Pantanal. Eles estão ensinando nas escolas, que estas áreas são internacionais, ou seja, em outras palavras, eles estão preparando a opinião pública deles, para dentro de alguns anos se apoderarem de nosso território com legitimidade. Nós somos brasileiros e, no mínimo, temos de nos indignar com esta afronta. Vamos passar esta mensagem para o maior número de pessoas que conhecermos, e para que eles saibam que, embora eles não noticiem o fato, nós, povo, estamos sabendo.

e-mail assinado por Celso Santos da Editora Abril S/A com o seguinte apelo, redigido pelo próprio:

Srs. já mandei para vários Senadores da República esta denúncia com o texto abaixo e a foto da página de um livro "didático" mostrando que somos menos do que ratos...
Divulguem e cobrem dos Ministros, Presidente, Senadores para que tomem alguma atitude.
Para ter acesso aos nossos senadores, acessem o site
www.senado.gov.br/web/senador/senanome.cfm e você terá acesso a todos eles. Mandei para mais de 15. Se todos agirmos desta forma eles talvez façam algo, pois seremos vários a fazer isso.
Vamos ficar de braços cruzados e boca calada? Ou vamos reagir?

Dos parlamentares, esperamos AÇÃO IMEDIATA.
Dos cidadãos, que REPASSEM esta notícia a todos os seus conhecidos!
Dos jornalistas, que DIVULGUEM este absurdo, para que a Nação se levante contra essa violência inominável!

Para quem desconhecia:

FHC entrega Base de Alcântara a Tio Sam - José Arbex Jr.

Imagine a seguinte situação: um sujeito quer alugar um quarto da sua casa, onde você mora e vive. Propõe, como pagamento pelo aluguel, uma ninharia, alguns trocados. Exige, em troca, que você se mantenha bem longe do quarto; que renuncie até mesmo ao direito de sequer perguntar para quê servem algumas misteriosas caixas lacradas que o sujeito já diz, de antemão, que pretende levar para o quarto; proíbe, além disso, que você use o dinheiro do aluguel como bem entenda, ou que, finalmente, alugue outros quartos para outros inquilinos sem autorização prévia do tal fulano. Você toparia?
Parece piada, mas estes são os termos do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas que o governo Fernando Henrique Cardoso assinou com Washington, em maio de 2000, assegurando aos Estados Unidos o direito de usar a base espacial de Alcântara, no Maranhão, estrategicamente situada na entrada da Amazônia. A posição geográfica da base – situada a dois graus da linha do Equador - é perfeita para o lançamento de foguetes. O preço do “aluguel”: 34 milhões de dólares anuais, bem menos do que um mísero cafezinho para os padrões de gastos e investimentos da indústria aeroespacial dos Estados Unidos.

Despejo dos quilombolas

Ao criar o Centro de Lançamento de Alcântara, em 1980, o governo desapropriou por decreto uma área de 52 mil hectares, o que implicou desalojar e transferir cerca de 500 famílias, descendentes de quilombolas, para agrovilas no interior do Estado. Em 1990, Fernando Collor de Mello destinou outros 10 mil hectares para a base. Resultado: outras 200 famílias foram para as agrovilas. Essas “transferências” são de uma violência brutal, não só por terem mudado radicalmente a vida de comunidades inteiras – que viviam de pesca típica daquela região específica -, mas também pela destruição do patrimônio histórico e cultural preservado pelos quilombolas.
“O governo amontoou nas mesmas agrovilas grupos distintos de pessoas, não respeitando as diferenças culturais”, diz Dorinete Serejo Moraes, do MAB (Movimento dos Atingidos pela Base de Alcântara). João Pedro Stedile resume adequadamente o significado social de tudo isso: “Do jeito que está, a única solução econômica para essas famílias será suas filhas se tornarem prostitutas para atender aos soldados norte-americanos”.

Leia a matéria na íntegra, acessando o site:
Revista Pangea

22 agosto 2006

Grito dos bons...

Condenados à marginalidade, não é de hoje que os habitantes dos morros vêm organizando um poder paralelo, unindo-se pelo meio mais fácil e também mais ao alcance de suas mãos: o tráfico de drogas; acreditam poder mudar suas vidas, renascendo das cinzas provenientes do esquecimento, do descaso do governo e do restante dos cidadãos. É certo que não se pode generalizar, sabe-se de alguns projetos sociais realizados em morros, mas ocorre também que a maioria da população que convive com a dura realidade dos morros não vê outra saída a não ser aliar-se ao crime.

É praticamente um vulcão em erupção o que assistimos hoje, e a lava desse vulcão está causando apenas seus primeiros e superficiais estragos. Hoje em dia, o tráfico de drogas é um negócio que envolve muita grana... e todos sabem que onde há grana, há sempre pessoas atraídas em obter mais e mais, seja qual for a mina de ouro que hão de explorar.

Por que as autoridades não conseguem controlar os ataques? Por que os presidiários (mesmo com alguns presídios super modernos) ainda conseguem comandar DE DENTRO DOS PRESÍDIOS, o tráfico? Por que a segurança pública não assegura nada aos cidadãos, por que o governo não decide por aceitar a ajuda do exército?

Há por trás de tudo isso um jogo de interesses enorme... seria o mesmo que perguntar: Por que muitos políticos (a maioria) ganham tanto e nada fazem? Por que o dinheiro suado de muitos brasileiros vão parar em cuecas ou malas e nunca punem-se os (ir)responsáveis? Por que somos obrigados a acreditar em mentiras e discursos vazios de candidatos à presidência sendo que sabemos que, logo após a posse, eles apenas virarão as costas ao povo brasileiro e desfrutarão das regalias presidenciais, por que há muito pouco veneno no mundo que seja capaz de liquidar com os ratos da ninharia política...???

Se compararmos as situações, não dá para saber quem é mais ou menos injusto. Se aquele que rouba descaradamente os cofres públicos ou se aquele que ateia fogo aos ônibus para demonstrar que não está satisfeito com a ridícula situação em que nos encontramos. Eclodir o caos urbano foi a maneira que estes legionários encontraram para fazerem-se notar e demonstrar que não estão e nem ficarão calados, falarão à sua maneira... e eu ainda fico me perguntando o que os bons podem bradar diante dessa situação, onde pouca coisa surpreende e por vezes não sabemos mais o que é ou não realidade.

Não me lembro onde li uma frase propícia que diz: “Uma nação sem livros é um perigo” e isto é mais do que correto e é a evidência do que vemos hoje. Não menciono ‘livros’ aqui apenas como uma forma de erudição, mas em todos os sentidos que a palavra possa compreender: lazer, divertimento, instrução, lições de moral, bons e maus exemplos que têm por finalidade instigar o senso crítico do leitor, enfim, ampliar os horizontes de quem julga ser incapaz de contribuir com algo positivo para melhorar a realidade ao seu redor e o principal: relembrar ao ser humano que ele possui valores que devem ser adotados, mantidos, renovados, mas nunca perdidos, como infelizmente estamos assistindo acontecer no Brasil de hoje.

Acredito que ainda há salvação se cada um fizer a sua parte e se todos fizerem parte do mesmo ideal justo e democrático de restabelecer os princípios e as virtudes humanas.

PlutoCraCia - Vânia Sousa

Na ascensão da minoria,

o poder é o alvo da ganância,

enquanto o povo tripudia

assistindo à injusta governança.

Até que um dia a crise abala,

os nervos de aço dos cidadãos,

que vêem seu dinheiro em cuecas, malas,

é a (i)nação bancando o mensalão.

A famosa 'pizza' já não agrada,

nem aos do morro ou da prisão,

a sociedade então se depara

com os legionários da indign(a)(n)ação

Tendo a vingança como filosofia,

instalam o medo, a decrença

no poder dos poucos que, em covardia,

escondem-se atestando sua incompetência.

E é preciso realmente, gritar por todos os orifícios...

Post que vem atender ao convite da Mari, partindo da idéia da Laura as quais agradeço o convite.

19 agosto 2006

Blogagem Comunitária...

Pessoas, hoje estou aqui para repassar o convite que recebi da Mani sobre o post comunitário que acontecerá nesta terça-feira, dia 22/08.
Com o propósito de demonstrarmos nossa reação ao caos coletivo em que nos encontramos, condenados a nossas casas enquanto a violência toma conta e governa as cidades, temos aqui a oportunidade de juntarmos as indignações e divulgarmos nosso manifesto. Estejam à vontade para participar e para maiores informações acessem o blog da
Laura e demonstrem que não desejamos sucumbir ao silêncio dos bons!!!

18 agosto 2006

Destino dos versos...

Interessante como, ao perceber outras interpretações, a dimensão da nossa realidade expande-se. Agora entendo o sentido de quando escritores e poetas escrevem que não sabem para onde vão seus textos, como num trecho de um dos poemas de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa):

Da mais alta janela da minha casa, com um lenço branco digo adeus, aos meus versos que partem para a humanidade.
E não estou alegre nem triste.
Esse é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos,
Porque não posso fazer o contrário,
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.
Ei-los que vão já longe como que na diligência,
E eu nem sequer sinto pena, como uma dor no corpo.
Quem sabe quem os lerá? Quem sabe a que mãos irão? (...)


Minha professora também já havia comentado na classe que, a partir do momento em que o autor compartilha o texto com os leitores, esse texto já não é mais dele e sim de cada leitor, pois realidades diversas vão sendo criadas a partir de cada leitura. À realidade que levou o artista a elaborar sua obra mesclam-se essas novas interpretações e a pluralidade dá margem a um campo vastíssimo, onde certamente novos frutos serão colhidos e oferecidos novamente, num processo contínuo que sempre renova a semeadura, engrandece a plantação e diversifica o objeto de colheita.

Irônica Mente - Vânia Sousa

Fantasiando desejos, volúpia
às palavras segue unindo-se
latejando em malícia, a artista
ousa avançar despindo-se...

Da fértil imaginação, alheia
condensa o devasso, latente
faz do ambiente que a rodeia
seu ócio criativo, constantemente...

É possível deduzir
que a artista navega
consciente?

Será verdade afirmar
que apenas verseja
enganosa, mente?

Mesmo com destino incerto, que meus versos possam ser acolhidos pelo coração de quem, por ventura, venha a lê-los.

15 agosto 2006

Quem diria Leminski?!

a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão

Estudar literatura já é, por si só, um deleite. Quando se trata de poemas então, sigo encantada. Porém, maior não poderia ser minha surpresa ao ter um de meus poemas sendo destrinchado na aula de Teoria da Literatura, pela professora e pelos alunos, meus colegas de classe... É indescritível o contentamento por ter um trabalho reconhecido e não se trata apenas de reconhecimento, mas também de estudo. Como eu disse ontem em minha classe do 4º semestre de Letras, jamais eu poderia fazer uma análise tão polissêmica e tão deslumbrante quanto a que foi feita em cima de meu poema Vertigem, descobri observações as quais nunca tinha parado para analisar e elas só vêm a contribuir e a servir de impulso para o prosseguimento do meu trabalho.
Hoje o dia é de agradecer, ao carinho imenso com que meu poema foi recebido e estudado previamente pela Professora Mestre em Literatura Geruza Zelnys de Almeida e aos meus colegas de classe que, a princípio desconhecendo a autoria do poema, decomporam meu trabalho e puderam chegar a tantos e tão diversos significados interpretando meu escrito.
Orgulhosa por dividir a aula com uma das obras de Paulo Leminski e ousando agradecer por meio da retórica, ou seja, através da arte literária a qual nos propicia tão boas surpresas, venho singelamente reler o poema com o qual comecei meu post e que também nos foi objeto de estudo ontem:

exalando cadência lírica
uma lágrima embala o riso
eis a gratidão poética...

Vânia Sousa


Não poderia deixar de citar minhas amigas: Camila, Edilene, Rosana e Mariana que fazem parte de meu grupo de estudo e acompanham de perto minha trajetória sendo sempre tão carinhosas e críves de minha possível poesia.

09 agosto 2006

Madrugada...

Estou de "molho" por uma semana, quis ser atleta de final de semana, fui jogar futebol na chácara do meu irmão e acabei me machucando, torci um dedo da mão, acabou que juntou tendinite + torsão e preciso ficar uns dias de repouso, mas logo estará tudo bem...
Não sei precisar a hora, mas foi durante esta madrugada que este poema surgiu de meus pensamentos, não poderia deixar de postá-lo aqui...


Contemplo o lago mudo - Fernando Pessoa

Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?

A todos que por aqui passam, desejo que tenham lindos dias!!!

03 agosto 2006

O cara...

Esse é o cara...

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de fachada, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
Inimigo de hipócritas, e frades:

Eis Bocage, em que luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou cagando ao vento.



Bocage e as Ninfas
Óleo de Fernando Santos. Museu de Setúbal